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28 de jan. de 2018

O que eu vejo



Participando da blogagem coletiva da Elaine Gaspareto
Prestando atenção nos pequenos detalhes de tudo.
Assim compreendemos melhor o universo e tudo que nele está contido.

Semana 4


Outro dia fotografei esta borboletinha na janela da cozinha, tão linda, tinha um azul cintilante de fazer inveja para qualquer amante da cor azul, como eu.
Quando abri o editor de imagens e vi a sujeira na janela/vidro, não tive coragem de postar, que vergonha! 
A sujeira chamou mais atenção que a beleza.
Nem sempre enxergamos.
Não enxergamos igual.
Meus óculos só são eficientes para mim e mesmo assim, a cada dia vão perdendo a eficiência, acompanhando o ritmo do corpo.
E quando substituo as lentes velhas por novas, eles me chocam com a realidade do espelho, com a nitidez de cada marca que antes não via, com os novos fios de cabelos brancos agora nítidos...
Vejo a sujeira que não via, o pó nós móveis, os respingos de tinta em chuvinha no chão, a pequena teia no canto da parede, o minúsculo pulgão na rosa...
Vejo o que não via, o que para mim não existia.
E a sujeira pela casa?
A borboleta é mais bela, é só prestar atenção, Reolhar.
A janela, limpa ou suja, nunca irá me encantar.
Quero ver o belo em primeiro lugar, honrar a dádiva de enxergar.
Aí está a borboleta para apreciar.

Dalva Rodrigues
28/01/2018

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21 de jan. de 2018

Gotinhas



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Semana 3

As plantas parecem tão mais cheias de vida após a chuva!
Quando criança gostava de olhar as gotinhas de orvalho nas plantas, lentamente iam evaporando, escorregando...O dia começava cedo pra vermos o mundo.
A gente cresce e esquece de olhar o que nos encantava.
Mini rosas que ganhei de minha madrinha
Era um galhinho do tamanho de um palito de fósforo.




18 de jan. de 2018

As primeiras canções

As primeiras canções 

Blogagem Coletiva 01/12

Olhando para o passado, vejo minha vida como um filme e músicas sua trilha sonora.

Desde muito menininha adorava ouvir meu pai cantar, deitava ao seu lado, ele cantava as músicas de sua juventude quando ia cantar nos programas de calouro de rádio/auditório.

Lembro dos terno, gravatas que ele tinha penduradas no guarda roupa, das  abotoaduras lindas com pedras e um anel que ficavam em uma caixinha de madeira bem velha onde moravam,  esquecidas e de vez em quando eu ia xeretar.
Meu pai na mocidade
Mais tarde achava graça nisso pois ele era um mineirim bem rústico, só o vi de terno além das fotografias, em meu casamento, mas na juventude dele era a "roupa de sair", de ir aos bailes.

Alguns cantores preferidos dele eram Nelson Gonçalves, Francisco Alves, Silvio Caldas,  Inezita Barroso, Orlando Silva...

Conforme fui crescendo fui apreciando outros gostos musicais, mas nunca deixei de gostar saudosamente das músicas que ele gostava e das lembranças que elas me trazem até hoje...

Ainda com luz de lampião nós cantávamos juntos...


Silvio Caldas - Chão de Estrelas

Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões...




Uma das que mais gostava era Trem das Onze - Demônios da Garoa


Esta postagem faz parte da Blogagem Coletiva do Tacho da pepa
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14 de jan. de 2018

Olhos cegos


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Semana 2

Ao longo da Avenida Radial Leste que liga a zona Leste ao centro da cidade de São Paulo há vários grafites legais, como meu meio de transporte é geralmente ônibus, aproveito para observar a arte, o céu tão igual e ao mesmo tempo sempre diferente, as árvores e seus nuances, o trânsito nervoso, as construções, o vai e vem do metrô, trens e pessoas...Sempre tem algo interessante, velho ou novo, para ReOlhar e refletir durante o trajeto.

Embaixo dos viadutos, ao longo das avenidas, no centro, nas periferias, as "malocas' proliferam, por mais que se tente tornar seus moradores invisíveis e camuflados em cinza, eles existem e por trás de cada uma daquelas almas vivendo miseravelmente, existe uma história que não conhecemos.

A questão habitacional/moradores em situação de rua é um problema que deve ser enfrentado urgentemente principalmente porque os postos de trabalho estão diminuindo muito por conta de toda tecnologia em automatização.
 Quantos vivem em condições tão precárias por que querem? Muitas vezes são famílias inteiras...Crianças nascem sem perspectiva de futuro, o destino mudar é exceção.

Chamou-me a atenção um grafite de linhas simples e expressivas que está  gravado nas "paredes" improvisadas de lares não doces de moradores de rua, embaixo de um viaduto, quase no centro da grande metrópole que é São Paulo.
A gente passa e não vê. 

A qualidade da foto não é boa, feita no celular, de dentro do ônibus.

A gente passa e não vê

Olhos cegos

Atrás de madeiras, plásticos e papelões
Existe um lar
Consegue imaginar esse lado de lá?
O que seus olhos veem do lado de cá?

Sente o frio congelante
do inverno que pode ser fatal?
Sente o calor rodeado de mosquitos zumbindo?
Ouve as baratas na escuridão?
Querem os restos de misericórdia
De pão.
  
Sente o cheiro das águas podres do córrego?
Sente o odor do corpo sujo curtido na cachaça?
Ouve os tiros e gemidos da noite?
Sanidade insuportável.
Quer dormir
Pensa em não acordar

Você que não nasceu lá
Tem o aconchego de seu lar
Ouve a prece silenciosa
De quem só faz nesta vida penar?!



Dalva Rodrigues
14/01/2018

Obrigada pelo carinho da leitura!












7 de jan. de 2018

Depois da tormenta




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Semana 1



Depois da tormenta

Quando o dia escureceu
E os raios cortaram o céu
A tormenta
com fúria desabou

Tive medo 
Dos passarinhos perderem seus ninhos
De casas serem destelhadas
Lares afogados
Vidas serem arrastadas

Sua força seria proposital?
Talvez ouvisse a terra seca
Sedenta e impermeabilizada:
Quero água!

E na tarde morna ela se foi
Deixou aos nossos pés
Pintura viva
Tapete colorido
Que a natureza chorosa esculpiu
Quem prestou atenção, viu.


Dalva Rodrigues
07/01/2018

Esse dia fiquei muito preocupada, pois tinha um ninho de rolinha em meu quintal, no caminho de volta para casa folhas, flores, telhas, fios soltos...A primeira coisa que olhei ao chegar foi a Pitangueira (que não dá pitangas) e lá estava a mamãe Lucy firme e forte protegendo seu ovinho (dele nasceria o Coop) na árvore bastante desfolhada. A natureza ainda resiste.

Obrigada pelo carinho da presença!
Abraço!